O FIM!

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domingo, 26 de agosto de 2012

O escoteiro que fugiu de Auschwitz.

 

A II Guerra Mundial sempre será lembrada, entre outras coisas, pelos crimes cometidos nos campos de concentração instalados pelos nazistas. No total, 6 milhões de pessoas morreram nos campos de extermínio. No meio de toda a barbárie que uma guerra pode trazer, também encontramos histórias de amizade, de coragem, de valor, como a do escoteiro Kazimierz Piechowski.
 Somente 144 prisioneiros conseguiram fugir do campo de concentração de Auschwitz. O escoteiro Kazimierz foi um deles.
No dia 20 junho de 1942, o guarda da SS, que fazia a vigia da saída do campo, estava assustado. Na sua frente se encontrava o carro do Comandante da SS, Rudolf Höss. No interior, havia quatro homens da SS e um deles, um subtenente gritava:
- Abra logo ou vou abrir você!
 Aterrorizado, o guarda levantou a barreira, permitindo que o carro saísse e se afastasse a toda velocidade.
Mas se o guarda tivesse olhado um pouco mais de perto, teria notado que os homens no interior daquele veículo estavam suando e seus rostos estavam escurecidos pelo medo. Longe de serem nazistas, aqueles homens eram prisioneiros polonese com uniformes roubados, que acabavam de protagonizar umas das fugas mais audazes da história do Campo de Exterminio mais famaoso de todos os tempos, Auschwitz.
O subtenente mandão, era,na realidade, o escoteiro Kazimierz Piechowski. O lema “Sempre Alerta”, para o escoteiro, virou em  salva-vidas.
Auschwitz.
Kazimierz Piechowski, hoje com 91 anos, recentemente foi homenageado pela Associação Escoteira Britânica. Quase 70 anos depois, o preso 918 foi  o protagonista de um ato celebrado na Baden-Powell House,  em Londres. Impecavelmente vestido, com as costas retas como as de um adolescente, Kazimierz recebeu o lenço comemorativo e escutou uma canção que falava sobre sua fuga do campo de concentração. Depois das canções e felicitações, Kazik, como gosta de ser chamado, começu  a contar histórias que poucas pessoas haviam escutado. Como, por exemplo, o fato de que durante a ocupação nazista, os escoteiros eram assassinados nas ruas ou enviados aos campos de concentração.
Quando começou a ocupação alemã na Polônia em 1939, o movimento escoteiro foi considerado pelos invasores como um símbolo de nacionalismo polonês e um forte candidato a formar parte da resistência.
- Quatro dias depois de declararem guerra, os alemães chegaram a minha cidade e começaram a atirar contra os escoteiros. Eu sabia que cedo ou tarde me matariam, então decidi fugir.
Kazik tentou escapar através da fronteira húngara, mas foi capturado e, depois de passar por várias prisões, foi mandado para Auschwitz. Lá ele foi obrigado a trabalhar de 12 a 15 horas diárias para ampliar o campo de concentração, que não era grande o suficiente para receber os milhares de prisioneiros que chegavam. Também teve que trabalhar recolhendo cadáveres de seus companheiros executados.
- As vezes eram 20 por dia. As vezes eram 100. As vezes eram mais. Homens mulheres e crianças.- seu olhar transparece raiva e ele repete: - …e crianças.
Kazik, depois de um elaborado plano, conseguiu fugir do campo de concentração junto com seus companheiros. Ele escreveu dois livros contando suas experiências e trabalha para que ninguém esqueça o que aconteceu em Auschwitz.
Quando perguntado se não se importava em revivir o passado, Kazik, respondeu:
- Sou um escoteiro. Tenho que cumprir com meu dever e estar alegre e feliz. Serei um escoteiro até o final de minha vida.

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