BREVE HISTÓRIA Depois de 40 anos, a Tropa Sênior do Grupo Escoteiro do Mar Passo da Pátria resolveu, no dia 03 de março de 2012 homenagear os bravos marujos que lutaram na Batalha do Riachuelo e, a partir desta data passou a se denominar Tropa Sênior 11 de Junho. Mas como os revolucionários, esses jovens cansaram dos mandos e desmandos de uma direção autoritária e resolveram partir para outra. Um novo desafio foi lançado, o desafio de abrir na comunidade do Campo Novo, um Grupo Escoteiro.
O FIM!
terça-feira, 28 de agosto de 2012
domingo, 26 de agosto de 2012
BALSIADES
Quando Pioneiro, participei de uma Competição de Balsas, organizada pelos Grupos Escoteiros João de Barro e Cruzeiro do Sul.
As balsas, construídas pelos escoteiros, serviram para um cruzeiro que durou dois dias, descendo o Rio dos Sinos, entre as cidades de Taquara e São Leopoldo. Foi um grande desafio, ainda mais para quem pertencia a um Grupo de Escoteiros do Mar, um Pato D'Água.
Na construção das balsas, usamos barris presos a uma armação de taquara. Bastante rústica, as balsas viraram atração na cidade de São Leopoldo, até reportagem no jornal saiu na época.
Quem sabe, junto com os escoteiros de São Leo, o pessoal do G.E. Orion, não fazemos uma nova Balsiade. Está lançado o desafio, para os Seniores do GEMar Campo Novo.
Vamos lá pessoal, remos avante e brisa na cara.
Gafes Escoteiras
22/08/2012 por Café Mateiro
Passeando pelos sites escoteiros (oficiais e não oficiais), vocês encontram algumas, digamos, “gafes escoteiras”, que poderiam ser evitadas com uma simples visita ao oráculo. Outras são simplesmente mitos que se instalaram no escotismo ou histórias que sofreram alterações quando foram passadas de geração para geração, ao mais puro estilo “telefone sem fio”. Abaixo, uma pequena relação delas.
Bôeres não eram índios!
A fama que gozava B.-P. na Inglaterra em tempos de guerra fez que o escotismo tivesse boa aceitação entre o público jovem. Aqui cabe lembrar que o que conhecemos por “movimento escoteiro” começa com o livro “Escotismo Para Rapazes”; porém, o que entendemos como scout (o rastreador, batedor, explorador) começa antes mesmo do “Aids to Scouting”. Feito o parêntese, voltemos à participação de Baden-Powell na guerra.
O “Cerco de Mafeking”, um episódio bélico bastante lembrado pelos escoteiros, principalmente pelas façanhas realizadas por B.-P., não ocorreu entre índios e ingleses. A cidade, Mafeking, foi sitiada por imigrantes holandeses que não eram partidários da ocupação inglesa à época. A estes imigrantes se lhes dava o nome de “Bôeres” (“fazendeiros”, em holandês). Abaixo, vocês podem ver uma foto de um grupo Bôer.
Como veem, não eram índios armados com lanças e escudos. Inclusive, a cidade de Mafeking sofreu o cerco justamente porque os Bôeres adquiriram o melhor armamento da época para esta guerra.
Escotismo não é militarismo!
Quem já não viu essa expressão pelas redes sociais, listas de discussão ou literatura escoteira? Na verdade, essa afirmação não se trata de uma gafe, mas de uma tênue linha que separa as práticas militares do escotismo.
O escotismo, mesmo deixando claro desde seu nascimento que era um movimento para a paz e para a formação de jovens, algumas vezes recorreu à propaganda de caráter militar e, ainda hoje, usa nomenclaturas que nos remetem ao exército.
Mesmo assim, há os que justificam a distância ou a proximidade do escotismo em relação ao militarismo usando argumentos pejorativos como “nós pagamos 10” ou mesclando exército com regimes de exceção.
Lembremos que para a juventude da época, o exército era um dos maiores representantes do que se entende por cidadania e amor à pátria – duas das virtudes ainda trabalhadas no escotismo. Soldados e oficiais, além do respeito, eram tidos como heróis entre os jovens: Baden-Powell mesmo foi um desses heróis e, sabendo do fato, usou de tal fama para alavancar sua ideia, o “escotismo”.
Mesmo assim, há os que justificam a distância ou a proximidade do escotismo em relação ao militarismo usando argumentos pejorativos como “nós pagamos 10” ou mesclando exército com regimes de exceção.
Lembremos que para a juventude da época, o exército era um dos maiores representantes do que se entende por cidadania e amor à pátria – duas das virtudes ainda trabalhadas no escotismo. Soldados e oficiais, além do respeito, eram tidos como heróis entre os jovens: Baden-Powell mesmo foi um desses heróis e, sabendo do fato, usou de tal fama para alavancar sua ideia, o “escotismo”.
Em 1914, quando o mundo estava com os olhos voltados para a Primeira Guerra, Baden-Powell escreveu um livro para escoteiros e para aqueles que já tinham passado pelo movimento (nessa época, o escotismo só contemplava rapazes até 14 anos).
O livro se chamava “Marksmanship for Boys” ou “Tiro de precisão para Garotos”, e ensinava jovens a empunhar um rifle, caso a Inglaterra chegasse a um conflito armado dentro de seu próprio país. O livro ainda mostrava como os escoteiros deveriam se organizar (companhias, batalhões, tropas etc) e a função de cada qual em sua Patrulha. Faz menção à conquista da insígnia “Pena Vermelha”, que era concedida por um oficial do exército aos que se destacavam no treinamento com base no livro.
O livro se chamava “Marksmanship for Boys” ou “Tiro de precisão para Garotos”, e ensinava jovens a empunhar um rifle, caso a Inglaterra chegasse a um conflito armado dentro de seu próprio país. O livro ainda mostrava como os escoteiros deveriam se organizar (companhias, batalhões, tropas etc) e a função de cada qual em sua Patrulha. Faz menção à conquista da insígnia “Pena Vermelha”, que era concedida por um oficial do exército aos que se destacavam no treinamento com base no livro.
Para quem leu o livro de Benjamin Sodré (o “Guia do Escoteiro”, ed. 1936), deverá ter visto a proposta de formação de Patrulha para uma caminhada, que nos lembra a que é usada por militares. Neste mesmo livro, encontramos a suástica que, longe de ser conhecida somente por ter sido usada pelos nazistas, também fazia parte dos emblemas de exércitos.
Hoje, porém, apesar de alguma que outra nomenclatura, canção e atividade, o movimento escoteiro se assemelha muito mais ao exército, por exemplo, em ajudas humanitárias (que tão bem são feitas pelos militares) do que por qualquer outra coisa.
O novo acordo.
O ano passado poderia ter brilhado à perfeição no que se refere à literatura escoteira técnica, se não tivéssemos cometido uma pequena gafe.
Em 2009 foi aprovado o novo acordo ortográfico, que acabou mudando algumas palavras de uso frequente no escotismo. Este acordo passa a valer no dia 1° de janeiro do ano que vem e, mesmo assim, a literatura (principalmente a dos ramos) está sendo lançada à margem das novas regras.
Em 2009 foi aprovado o novo acordo ortográfico, que acabou mudando algumas palavras de uso frequente no escotismo. Este acordo passa a valer no dia 1° de janeiro do ano que vem e, mesmo assim, a literatura (principalmente a dos ramos) está sendo lançada à margem das novas regras.
O Word, programa de edição de textos, na sua versão 2010, já contempla o novo acordo ortográfico e corrige palavras como alcateia, plateia, ideia, assembleia ou heroico – todas sem o querido acento que gostávamos de colocar.
Para os que ainda têm dúvidas, recomendo o site Ortografa!, que ajuda na tarefa de redigir de acordo com esta nova gramática.
Escotismo é só para os jovens! Será?
Este blog às vezes veicula artigos direcionados a este tema justamente por entender que, além do jovem, os adultos contribuíram (e continuam a contribuir) ao sucesso que hoje é o escotismo.
A afirmação do título é correta, desde que entendamos por “escotismo” a aplicação do método escoteiro, cujo alvo são as crianças. Por definição, se escotismo é uma escola de cidadania, cedo ou tarde teremos que nos graduar e passar a ser cidadãos – que é o que entendemos pela vida adulta, o trabalho, a formação de uma família, as responsabilidades etc.
A afirmação do título é correta, desde que entendamos por “escotismo” a aplicação do método escoteiro, cujo alvo são as crianças. Por definição, se escotismo é uma escola de cidadania, cedo ou tarde teremos que nos graduar e passar a ser cidadãos – que é o que entendemos pela vida adulta, o trabalho, a formação de uma família, as responsabilidades etc.
Mesmo assim, por repetir o mantra “escotismo é para jovens”, acabamos nos esquecendo de dar a merecida atenção a quem tem o mérito de deixar sua família em casa num sábado para ir até uma sede escoteira.
Em países como Estados Unidos, Canadá e principalmente Inglaterra, temos visto campanhas totalmente direcionadas ao voluntariado para que possa, ele também, ocupar seu tempo livre em um ambiente escoteiro, não só como “chefes”. Exemplo deste tipo de publicidade é o próprio apresentador Bear Grylls que, no ano passado, fez um anúncio televisivo para cooptar adultos para a The Scout Association.
Em países como Estados Unidos, Canadá e principalmente Inglaterra, temos visto campanhas totalmente direcionadas ao voluntariado para que possa, ele também, ocupar seu tempo livre em um ambiente escoteiro, não só como “chefes”. Exemplo deste tipo de publicidade é o próprio apresentador Bear Grylls que, no ano passado, fez um anúncio televisivo para cooptar adultos para a The Scout Association.
Além disso, temos a associação de adultos vinculada à WOSM, que pouco é conhecida no Brasil. Trata-se da ISGF –International Scout and Guide Fellowship. Caso queira saber um pouco mais, basta clicar aqui.
Com as próprias pernas, mas sem o próprio nome.
Contadíssima e lendária a história do Caio Vianna Martins – o escoteiro que se tornou herói por dispensar uma maca e deixá-la aos feridos mais graves num acidente de trem.
Até aqui, ao que parece, não há nada de errado, se não fosse por um detalhe “alla” jogo de Kim. A grafia correta do sobrenome do Caio é “Vianna” (com dois N). Na imagem, vocês verão que nossos sites parecem não entrar num acordo.
Até aqui, ao que parece, não há nada de errado, se não fosse por um detalhe “alla” jogo de Kim. A grafia correta do sobrenome do Caio é “Vianna” (com dois N). Na imagem, vocês verão que nossos sites parecem não entrar num acordo.
Vocês poderão pensar: “mas é só uma letrinha”. Se aos vivos lhes devemos respeito, aos que já não se encontram entre nós devemos mais, a começar por escrever corretamente o nome de quem, ainda hoje, inspira jovens e adultos.
Ouça os jovens…ouça os mais velhos…afinal, a quem devemos ouvir?
A exemplo do “escotismo não é militarismo”, esse é outro mantra evocado, muitas vezes, de forma equivocada.
Os leitores concordarão que por mais desculpas que possamos dar em relação aos anseios de uma tropa, estamos tratando com garotos e garotas com o discernimento próprio e natural da idade deles. Concordemos, então, que ouviremos o jovem naquilo que lhe diz respeito, deixando ao adulto as questões referentes aos…adultos.
Escotismo, em todo caso, será “um movimento juvenil com a orientação e coordenação de adultos”.
Os leitores concordarão que por mais desculpas que possamos dar em relação aos anseios de uma tropa, estamos tratando com garotos e garotas com o discernimento próprio e natural da idade deles. Concordemos, então, que ouviremos o jovem naquilo que lhe diz respeito, deixando ao adulto as questões referentes aos…adultos.
Escotismo, em todo caso, será “um movimento juvenil com a orientação e coordenação de adultos”.
Lembre-se que o importante não é a gafe – algo que todos cometemos no dia a dia. O importante é a rapidez em corrigi-la, contrastar a informação e buscar novas fontes para enriquecer o conhecimento.
Escoteiros foram vítimas do nazismo
GENEBRA — O movimento dos escoteiros foi uma "vítima do regime nazista", informou, nesta quarta-feira, o Birô Mundial do Escotismo (BMS), em comunicado publicado em Genebra.
"Em janeiro de 1933, antes da tomada do poder pelo partido nazista, a Juventude Hitlerista havia manifestado sua hostilidade com relação ao escotismo, dizendo que só ela poderia representar a juventude alemã", informou o BMS.
Segundo documentos da contraespionagem britânica (MI5), divulgados na segunda-feira, o fundador do movimento, o britânico Robert Baden Powell, foi convidado a se reunir com Adolf Hitler para tecer relações entre sua organização e as Juventudes Hitleristas.
Baden Powell se encontrou, em novembro de 1937, com Hartmann Lauterbacher, um alto dirigente do movimento juvenil nazista, em reunião organizada pelo então embaixador alemão em Londres, Joachim von Ribbentrop, que no ano seguinte se tornou ministro das Relações Exteriores de Hitler.
O fundador do movimento dos escoteiros enviou uma carta ao embaixador no dia seguinte, refletindo a impressão que o encontro havia deixado.
"Estou agradecido com o tipo de conversação que tivemos e que me abriu os olhos para o sentimento de seu país com a Grã-Bretanha, que acho que corresponde exatamente ao sentimento que eu tenho pela Alemanha", escreveu, segundo carta incluída nos documentos publicados pelos arquivos nacionais britânicos.
"Espero, sinceramente, que possamos expressá-los em um futuro próximo, através da juventude dos dois países", acrescentou.
"O tom da carta foi cortês e diplomático", comentou a direção mundial da organização, destacando que as relações entre o escotismo e as Juventudes Hitleristas eram muito tensas.
"O plano de invasão da Grã-Bretanha pelos nazistas, preparado em 1940 pelo general SS Walter Schellenberg, previa a detenção de 2.800 cidadãos britânicos de relevância, entre eles o lorde Baden Powell e os principais dirigentes do Birô Internacional do Escotismo", lembrou o BMS.
Se o seu país fosse invadido e ocupado por forças opressoras de outra nação; se os valores e tradições nacionais fossem combatidos e desmoralizados pelos invasores; se a liberdade individual e social fosse tolhida; qual seria sua reação ?
Um livro, de Stanislaw Broniewski, relata a saga dos escoteiros polonese durante a ocupação nazista e comunista.
Boa leitura.
O escoteiro que fugiu de Auschwitz.
A II Guerra Mundial sempre será lembrada, entre outras coisas, pelos crimes cometidos nos campos de concentração instalados pelos nazistas. No total, 6 milhões de pessoas morreram nos campos de extermínio. No meio de toda a barbárie que uma guerra pode trazer, também encontramos histórias de amizade, de coragem, de valor, como a do escoteiro Kazimierz Piechowski.
Somente 144 prisioneiros conseguiram fugir do campo de concentração de Auschwitz. O escoteiro Kazimierz foi um deles.
No dia 20 junho de 1942, o guarda da SS, que fazia a vigia da saída do campo, estava assustado. Na sua frente se encontrava o carro do Comandante da SS, Rudolf Höss. No interior, havia quatro homens da SS e um deles, um subtenente gritava:
- Abra logo ou vou abrir você!
Aterrorizado, o guarda levantou a barreira, permitindo que o carro saísse e se afastasse a toda velocidade.
Mas se o guarda tivesse olhado um pouco mais de perto, teria notado que os homens no interior daquele veículo estavam suando e seus rostos estavam escurecidos pelo medo. Longe de serem nazistas, aqueles homens eram prisioneiros polonese com uniformes roubados, que acabavam de protagonizar umas das fugas mais audazes da história do Campo de Exterminio mais famaoso de todos os tempos, Auschwitz.
O subtenente mandão, era,na realidade, o escoteiro Kazimierz Piechowski. O lema “Sempre Alerta”, para o escoteiro, virou em salva-vidas.
Kazimierz Piechowski, hoje com 91 anos, recentemente foi homenageado pela Associação Escoteira Britânica. Quase 70 anos depois, o preso 918 foi o protagonista de um ato celebrado na Baden-Powell House, em Londres. Impecavelmente vestido, com as costas retas como as de um adolescente, Kazimierz recebeu o lenço comemorativo e escutou uma canção que falava sobre sua fuga do campo de concentração. Depois das canções e felicitações, Kazik, como gosta de ser chamado, começu a contar histórias que poucas pessoas haviam escutado. Como, por exemplo, o fato de que durante a ocupação nazista, os escoteiros eram assassinados nas ruas ou enviados aos campos de concentração.
Quando começou a ocupação alemã na Polônia em 1939, o movimento escoteiro foi considerado pelos invasores como um símbolo de nacionalismo polonês e um forte candidato a formar parte da resistência.
- Quatro dias depois de declararem guerra, os alemães chegaram a minha cidade e começaram a atirar contra os escoteiros. Eu sabia que cedo ou tarde me matariam, então decidi fugir.
Kazik tentou escapar através da fronteira húngara, mas foi capturado e, depois de passar por várias prisões, foi mandado para Auschwitz. Lá ele foi obrigado a trabalhar de 12 a 15 horas diárias para ampliar o campo de concentração, que não era grande o suficiente para receber os milhares de prisioneiros que chegavam. Também teve que trabalhar recolhendo cadáveres de seus companheiros executados.
- As vezes eram 20 por dia. As vezes eram 100. As vezes eram mais. Homens mulheres e crianças.- seu olhar transparece raiva e ele repete: - …e crianças.
Kazik, depois de um elaborado plano, conseguiu fugir do campo de concentração junto com seus companheiros. Ele escreveu dois livros contando suas experiências e trabalha para que ninguém esqueça o que aconteceu em Auschwitz.
Quando perguntado se não se importava em revivir o passado, Kazik, respondeu:
- Sou um escoteiro. Tenho que cumprir com meu dever e estar alegre e feliz. Serei um escoteiro até o final de minha vida.
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