O FIM!

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quinta-feira, 7 de junho de 2012

Parada naval recorda a batalha de Trafalgar

O maior desfile naval, desde a II Guerra Mundial (1939- 1945), foi celebrado na baía de Portsmouth (sul de Inglaterra), onde se reuniram 250.000 pessoas, muitas com binóculos para não perderem o espectáculo.
Um total de 167 navios - vasos de guerra, barcos mercantes, iates e veleiros - com 30.000 marinheiros a bordo protagonizaram a parada, que arrancou depois do meio-dia com sol e terminou três horas mais tarde com a chuva que estragou de alguma forma os festejos.
A revista marcou o início dos festejos organizados no Reino Unido para recordar o combate, em que a frota inglesa, comandada pelo almirante Nelson, derrotou a esquadra hispano-francesa, a cargo do almirante francês Villeneuve.
A batalha, travada a 21 de Outubro de 1805 no cabo Trafalgar, em frente a Cádis (sul de Espanha), resultou em mais de seis mil marinheiros mortos num inferno de fogo e metralha.
O confronto foi nefasto para a Espanha que se viu assim forçada a ceder a supremacia dos mares para Inglaterra.
Virada a página do desastre e convidados pela Royal Navy (Armada britânica), não faltaram os "derrotados". A Espanha enviou o porta-aviões Príncipe das Astúrias acompanhado da mais moderna fragata, a Blas de Lezo.
A França enviou seis barcos, entre os quais o porta-aviões nuclear Charles de Gaulle, navio insígnia da Armada francesa, num reencontro de países, então inimigos, mas aliados hoje em dia.
Antes da revista, Elizabeth II, juntamente com o marido, o duque de Edimburgo, inspeccionou uma guarda de honra que prestou honras militares perante o HMS Victory, o navio de Horácio Nelson, uma relíquia histórica fundeada na base da Royal Navy em Portsmouth.


















A bordo deste barco convertido agora num museu flutuante de esplêndido velame, Nelson caiu morto por uma bala depois pronunciar aos seus homens a célebre fase:
-A Inglaterra espera que cada homem cumpra com o seu dever.


A rainha rendeu tributo ao herói caído: As supremas qualidades - afirmou - de marinheiro, liderança, humanidade e coragem do almirante Nelson face ao perigo são hoje reconhecidas pela comunidade marítima".
"Nelson não poderia desejar maior legado", acrescentou Isabel II que embarcou depois no HMS Endurance, o navio quebra-gelos de investigação da Armada britânica na Antártida, escoltada por patrulhas com agentes de polícia armados.
Desde navio, Elizabeth II passou revista à gigantesca frota, cujas tripulações, perfeitamente alinhadas e em uniforme de gala, saudaram a Soberana enquanto tocavam os hinos nacionais e se disparavam salvas de ordenança.
Outros seis membros da Família real presenciaram o desfile, como o príncipe Charles, herdeiro da Coroa, e a mulher, Camilla, duquesa de Cornualha, que embarcaram no HMS Scott, navio de reconhecimento da Marinha britânica.
Responsáveis de cinquentas Marinhas de todo o mundo assistiram à parada.
Em terra, a multidão que abarrotava o passeio marítimo de Portsmouth, apetrechado de gelados, refrescos e cervejas, agitaram bandeiras britânicas e desfrutaram de um dia único para muitos.
A jornada culminou com um espetáculo de luz e som que recriou uma batalha naval do período napoleónico, um ator representou a morte de Nelson, e depois fogos de artificios iluminaram o céu, toda uma evocação da tempestade que se seguiu ao desastre de 21 de Outubro de 1805.